EXUBERANTE VÍTIMA FLOR
Foi lançada por alguém, que desafeto!
Não se sabe a razão da insanidade
Seu minúsculo corpo no concreto
Estremece, em razão da crueldade
Eis que surge na rua, em pleno asfalto
Desmaiada, sofrida, agonizante
Mesmo assim desolada, em sobressalto
Exubera a beleza de um instante
Cada carro que passa traz um susto
Sobrevive por cuidado ou pura sorte
Pois nem sempre quem vive sabe o custo
De sua vida que enfeita o amor e a morte
E assim desprezada, à luz do dia
Não conhece atitude corajosa
Pois num mundo de tanta agonia
Há quem ouse acudir uma rosa?
(À uma rosa que vi lançada ao abandono no asfalto, na Rua Potengi, Natal/RN)
JOSÉ ALDYR GONÇALVES
Enviado por JOSÉ ALDYR GONÇALVES em 20/06/2019
Alterado em 20/06/2019